Sunday, August 20, 2006

Agora uma boa!

Com esse trabalho de musico já presenciei muita coisa irritante e muitas situações extremamente engraçadas como quando a pessoa vem pedir uma musica que acabamos de tocar:
- Olha! Acabamos de tocar essa musica!
- Ah! Não me enrola Toni! Toca aí!
E confusões?
Em uma noite uma moça aproximou-se me falando:
- Sandro! Toca aquela...
- Olha, moça, disse eu, meu nome não é Sandro, é Toni!
- Ah, ta! Vais tocar ou não?
- Eu não sei essa canção e meu nome não é Sandro!
- Ta, ta!
Em uns 10 minutos ela voltou:
- Sandroooo! E a minha musica?
Eu afastei o microfone, chamei-a e disse baixinho:
- Olha desculpa te decepcionar moça, mas eu não sei tocar essa e meu nome não é Sandro!
- Ah, ta! Disse ela e ao sentar-se à mesa comentou com uma amiga:
- O Sandrinho ta se fazendo de louco!

E quando a pessoa pede uma musica e, não sendo atendida, levanta os braços, indignada:
- Pô! Não sabe?
Se ela pedir mais uma que você não saiba:
- Ah, não! Nem essa?
E daí vem a cacetada final:
- Então toca uma boa aí!

Outra coisa muito cômica é quando a guria diz:
- Toni! Toca a minha musica!
- Qual? Pergunto.
- A minha! E olhando em volta à procura de uma amiga, pergunta, quando a encontra:
- Qual é aquela musica que eu gosto, Maristela?
- Que!? Diz Maristela surpresa.
- Aquela que eu gosto! Pô! Pensa Maristela, pensa!

Mas a mais engraçada de todas que eu consigo lembrar é a do bêbado que ia sempre em um barzinho e, não sei porque, só depois que, quase, não conseguia falar ele vinha pedir musica:
- Psiu! Toca “Suiss suissuing”!
Noite após noite ele vinha, às vezes só conseguia sussurrar:
- “Suiss sussuing”!
Um noite, ainda na passagem de som, ele chega até mim, por se tratar de começo de noite, se encontrava em condições de ser entendido:
- Pô! Quando é que vais tocar a minha?
Finalmente ia desvendar o mistério envolto naquela, até parecia, “mensagem subliminar”:
- "Sultains of swing" do Dire Straits.

Muita gente, nem muito sóbria, arriscaria.


Sunday, June 18, 2006

"Talento"

“Talento”
É incrível como estamos sempre aprendendo;
Conversávamos, eu e um amigo, sobre talento musical e porque músicos de “alto nível” não conseguiam o destaque “merecido”;
Lembrei de mim mesmo assistindo à alguns programas de TV indignado ao ver artistas medíocres com um baita destaque e o seu “Fulanão” esquecido;
Me dou conta então, até por ter vivido situações bem semelhantes, de que na maioria das vezes aqueles de talento médio haviam feito algo, por menos significativo que pareça, para estarem lá, enquanto que as verdadeiras “virtuoses musicais” em pessoa, na grande maioria das vezes tem um cuidado e um respeito muito pequenos com relação ao seu trabalho, até por não o considerarem assim;
Lembro do que disse em um show de uma banda local, o vocalista:
“...sei que os músicos daqui se queixam de falta de apoio, mas será que não está na hora deles olharem mais para seu próprio trabalho em vez de reclamarem tanto?”
Por ser do meio, não me sinto muito à vontade em criticar colegas;
Só quero deixar bem claro que tenho muitos, os quais respeito pela forma com que eles levam a sério seu trabalho musical, mas também, alguns poucos que tocam um instrumento e até compõem, na maioria das vezes canções muito boas, que vêem seu envolvimento com a música como um namorinho de colégio;
Tentando deixar o mais claro possível o que tento dizer-lhes, finalizo com a historia clássica dos 3 pedreiros:
Quando indagados sobre o que estavam fazendo, o primeiro respondeu;
- Eu? Estou aqui colocando tijolo sobre tijolo!
O segundo:
- Ganhando 3 reais por hora!
O terceiro, porém, respondeu:
- Eu? Ora! Estou ajudando a construir a mais linda igreja do mundo!

Toni Konrath

(escrito em novembro de 2005 para o jornal EXTRA\0